Entenda o que é o Bloqueio judicial e como resolver

Saiba mais sobre o bloqueio judicial: como ele funciona e o que fazer quando seu dinheiro é temporariamente congelado.

bloqueio judicial da tela

O bloqueio judicial é uma das situações que mais geram preocupação em quem possui dívidas. Ver o saldo ser retido de forma repentina causa impacto e insegurança, especialmente quando não se compreende o motivo.

Muitas pessoas não sabem exatamente por que o bloqueio ocorre, como ele é realizado e quais medidas podem ser adotadas para resolver o problema.

Acompanhe a leitura para entender cada etapa e esclarecer suas dúvidas!

O que é o bloqueio judicial?

Em resumo, o bloqueio judicial acontece quando um juiz determina que o dinheiro de uma pessoa ou empresa fique temporariamente indisponível. Na prática, isso significa que o banco “congela” parte ou todo o valor da conta para garantir o pagamento de uma dívida reconhecida na Justiça.

Esse tipo de bloqueio pode ocorrer por diferentes motivos: dívidas não pagas, ações de cobrança, execuções fiscais ou processos trabalhistas.

A medida está prevista no artigo 854 do Código de Processo Civil (CPC), que permite a penhora de valores em conta bancária por meio de ordem judicial, mesmo sem aviso prévio ao devedor.

Ou seja, o bloqueio pode acontecer sem que a pessoa saiba de imediato, justamente para evitar que o dinheiro seja movimentado antes que a Justiça garanta o pagamento da dívida.

Como o bloqueio é feito?

Hoje, tudo acontece de forma eletrônica. Primeiramente, o juiz envia a ordem por um sistema chamado Sisbajud, o Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário. Ele foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Banco Central para substituir o antigo BacenJud, tornando o processo mais rápido e eficiente.

Quando a ordem chega, o sistema localiza todas as contas bancárias vinculadas ao CPF ou CNPJ do devedor e bloqueia o valor determinado no processo. Esse bloqueio é automático: o banco não precisa avisar o cliente antes de cumprir a ordem.

Em alguns casos, o Sisbajud continua monitorando as contas por alguns dias (mecanismo conhecido como “teimosinha”), para bloquear valores que entrem depois da primeira tentativa, tudo autorizado pelo juiz.

Quanto tempo o bloqueio judicial pode durar?

Muitas pessoas acreditam que o bloqueio judicial expira em 24 horas ou em 30 dias. No entanto, de acordo com o JusBrasil, não existe um prazo exato definido em lei.

Na prática, o sistema realiza tentativas sucessivas de bloqueio por até 30 dias a partir da primeira ordem do juiz. Em suma, o tempo total depende da forma como o magistrado configura o procedimento dentro do processo.

Além disso, o credor pode pedir um novo bloqueio sempre que houver autorização judicial. Dessa forma, o procedimento pode continuar enquanto a dívida permanecer em aberto.

O que não pode ser bloqueado?

Antes de mais nada, a lei protege parte da renda do devedor para garantir o mínimo necessário à sobrevivência. De acordo com o artigo 833 do CPC (Código de Processo Civil), alguns valores são considerados impenhoráveis, como:

  • Saldo da conta salário, aposentadorias e pensões;
  • Valores de natureza alimentar (como pensão alimentícia recebida);
  • Até 40 salários mínimos em conta poupança, se for comprovado que é uma reserva pessoal e não movimentação comercial.

Essas regras existem para preservar a dignidade do devedor e da sua família. No entanto, é importante lembrar que o juiz pode avaliar cada caso separadamente. Por exemplo, parte do salário pode ser penhorada em dívidas que envolvem pensão alimentícia.

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Como resolver um bloqueio judicial?

Se a sua conta foi bloqueada, o primeiro passo é identificar o motivo da decisão. Para isso, entre em contato com o seu banco e solicite o número do processo judicial que originou a ordem de bloqueio.

Em seguida, procure um advogado de confiança. Com base nas informações do processo, ele poderá analisar o caso e orientar sobre as medidas mais adequadas para regularizar a situação.

As opções mais comuns são:

  • Pagamento da dívida: quitar o valor para liberar o bloqueio.
  • Acordo com o credor: tentar negociar um parcelamento ou desconto.
  • Contestação judicial: quando o valor é indevido ou o bloqueio atinge verbas que não poderiam ser penhoradas.

O advogado é quem tem o que se chama de “capacidade postulatória”, ou seja, o direito de representar o cliente oficialmente no processo. Sem esse acompanhamento, é muito mais difícil resolver e há risco de perder prazos importantes.

Você também pode se interessar: Limpa Nome: Como negociar minhas dívidas?

E se o bloqueio for ilegal?

Como o sistema é automático, podem acontecer erros.
Por exemplo, o bloqueio de uma conta salário ou de um valor que está dentro do limite de isenção.
Nesses casos, é fundamental agir com agilidade. Reúna documentos como extratos bancários, holerites e comprovantes de aposentadoria ou pensão. Logo após, apresente essas informações ao advogado responsável pelo caso.

Com base nesses documentos, o profissional poderá solicitar ao juiz o desbloqueio imediato dos valores e, em determinadas situações, até uma indenização por bloqueio indevido, desde que exista prejuízo comprovado.

Para finalizar

O bloqueio judicial é uma ferramenta legal e importante para garantir o pagamento de dívidas. É essencial entender como ele funciona para não ser pego de surpresa e agir de forma correta.

Caso isso aconteça com você, primeiramente, mantenha a calma e procure se informar sobre a origem do bloqueio. Em seguida, busque orientação especializada e evite tentar resolver tudo por conta própria. Com o apoio jurídico adequado e a transparência no processo, é possível solucionar a situação de forma segura e sem maiores prejuízos.

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Escrito por

Analista de suporte na Protesto24h. Quieta por fora e determinada por dentro. Discreta e focada, apaixonada por música e guiada pela fé e pela certeza de que o futuro sempre pode ser melhor.

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